22 janeiro, 2013

Eu não sei que vento siberiano decidiu passar por cá, mas quando chegava a casa vinha com os dedos congelados e o nariz transformado em estalactite. Não sou nem nunca serei (espero) uma fundamentalista das estações, gosto muito de cada uma delas. Claro que achar uma certa piada ao Inverno não é o mesmo que estar mortinha por ficar ensopada com a chuva, e também não é o mesmo que amar de paixão o chapéu de chuva atrelado ao corpo como um apêndice. Mas pergunto, em que estação se poderia desbundar assim o sofá, estilo urso em hibernação, a babar nos filmes, os cobertores polares em cima, o gato ronronar nos pés, torradinhas e cacau quente. Quem não gosta de ter o papo quentinho virado para cima em plena apoteose da ronha, e prefere andar a espumar raiva ou indignação com a chegada de cada Inverno que vá ginasticar a frustração para o Holmes, ou sei lá, emigre.

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